Imagem retirada do site http://www.ellasaude.com.br/blog/para-engravidar/o-que-voce-precisa-saber-sobre-reproducao-assistida/ |
A presente dissertação levanta questões sobre a filiação parental, atenta às normas de atuação do campo da Reprodução Assistida (R.A) no Brasil. Dedicamos nosso foco ao que o campo oferece de novas tecnologias de Fertilização "in Vitro" (FIV), com a utilização de material doado anonimamente. A escolha é justificada pelo que nele é formalizado por filiação parental.
O estudo do conceito de filiação nos discursos do campo da R.A no Brasil caracteriza nossa pesquisa. Assim, dispomos de entrevistas com profissionais da área, familiares que receberam materiais doados e do principal texto regulador das práticas de R.A no Brasil (nº 2.168/2017). A bibliografia psicanalítica, com obras de Sigmund Freud e Jacques Lacan, e autores do campo da filosofia e da antropologia, como Hans Jonas e Claude Lévi-Strauss, nos ajudam com reflexões importantes sobre a filiação, a bioética e as estruturas elementares de parentesco.
A hipótese aponta, na filiação, um impossível de formalizar pela escrita proposicional, com a qual os clínicos guiam suas práticas. Haveria algo inquietante na filiação parental e que escapa ao princípio aristotélico da não-contradição?
As narrativas nos dão notícias de inquietações a respeito da filiação parental e nos guiam durante todo o processo de construção da dissertação.
O caráter pertinente da pesquisa reside na sua inédita proposta (no Brasil) de submeter entrevistas com familiares e profissionais do campo de R.A à luz da literatura psicanalítica. Através das premissas que a literatura de referência nos fornece sobre a lógica dos processos filiatórios, esperamos contribuir com reflexões sensíveis e sustentar questões paraconsistentes sobre aquilo que se “reproduz” na FIV com materiais doados anonimamente.
Karine Xavier Cavalcante Ferreira- http://teopsic.psicologia.ufrj.br/teses-e-dissertacoes/514
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